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Qual a coisa certa a fazer?! Ou a imprevisibilidade do suicídio…

Qual a coisa certa a fazer?! Ou a imprevisibilidade do suicídio…

Qual é a coisa certa a fazer?
Uma breve história

Chegou ao consultório ao final da manhã, sem consulta marcada ou pré-aviso. Um frio
de gelar os ossos. Um vento que não fora jamais sibilante, assobiava estridentemente.
Soturno, premonitório, questionara eu, mais tarde, no vazio da noite, de alma despida.
– Perdi-me. Dentro de mim. Já não sinto nada. – Anunciava-me ao entrar e dando
meia-volta para partir.
– Espere. Conversemos. Sente-se. – Levantei-me para me aproximar. Sentia-lhe a
respiração quente, o olhar opaco, nuns olhos azuis translúcidos.

Fora uma mãe exemplar, se é possível tomar modelos como exemplos. Uma filha
irreverente, irmã presente, neta carinhosa, amiga verdadeira. Casou, teve um filho, mais tarde
uma filha, o desejado casalinho! Não trabalhara até aos 4 anos da filha. Sentira-se frustrada,
na sua vida, na sua carreira profissional e a carreira actual não seria mais brilhante que a
previsível azáfama de um trabalho sociológico. Investigara anos a fio, culturas e sociedades
diversas. E abraçara a investigação de como ser uma mãe em full-time, a tempo inteiro e
integral, sem folgas ou interrupções, por quatro anos.
O pai levava as crianças à escola, quatro dias por semana, ela, a mãe, uma vez por
semana e todos os dias impreterivelmente, às quatro e meia, lá retornavam os petizes felizes
a casa, pela mão da sua mãe.
A frustração evidenciava-se, cada dia que passava, cada fragmento de luz se
apresentava evanescente, lentamente, quiçá involuntariamente, todavia insondavelmente.
– Pede ajuda.
O pai morrera. Um acidente de viação, causando danos cerebrais irreversíveis, lançara-lhe a derradeira saudade.
Era mãe e esposa, amorosa. Era feliz. Fora feliz.
Conhecera-a há poucos dias, era a quarta consulta, sem apontamento ou
previsibilidade, arremessou-me a urgência, fatídica urgência, indelével circunstância: a amiga
falecera e ela, palavras suas, perdeu-se, em si, não sente.
Não sente dor alguma? Não sente senão a dor?
Senão um vazio retumbante, ensurdecedor. Senão nada. Senão tudo.
Como ajudar? Como sentir esse desespero não sentido? Como compreender esse
sofrimento não anunciado ou ininteligível por ignorância ou pura negligência? Qual a coisa
certa a fazer?
Eram mais que muitas as perguntas, mais que grave o desespero que sentia, mais que
aguda a dúvida e o meu tempo, com ela, parecia desfilar em slow motion, ou eu é que me sentia
incapaz e sem movimento para a ajudar e pedia-lhe que pedisse ajuda. O que podia ela fazer?
O que podia eu fazer?
Pediu ajuda. Pediu ajuda à amiga, e a amiga pediu ajuda profissional.
A vida é isto mesmo, uma baralhação, por vezes uma confusão desmedida, com uma
dor ruidosa, outras vezes silenciosa. Silêncio ou ruído, não importa atribuir graus de
importância ou severidade, não importa se se grita para fora ou para dentro, importa que dói
e a cada um dói à sua maneira. Importa assumir que somos, mais vezes do que as desejadas,
heróis e heroínas nas nossas lutas, até daquelas que perdemos, sobretudo nas que perdemos
e, todavia, importa compreender que podemos ser heróis e heroínas, mas não somos super-heróis ou super-heroínas. Somos humanos e precisamos de ajuda e por vezes é crucial e faz
a diferença obter, procurar ajuda psicoterapêutica.
A sessão terminaria quando a sua respiração serenara, a temperatura corporal
amenizara, o ritmo cardíaco estabilizara. Sem história de depressão ou outros traços
psicopatológicos, a amiga de quem contara histórias de superação, luta, resiliência e
resistência, de como vencera uma doença grave, lidara com o luto anteriormente, conflitos e
ambições de carreira, não contaria nem mais uma, não celebraria nem mais uma conquista,
um aniversário, um réveillon, um casamento, uma brincadeira com as crianças, um entardecer
deslumbrante, um sorriso, uma gargalhada ou uma ou muitas lágrimas de felicidade ou dor,
não, não a voltaria a abraçar.
Naquela quarta-feira, à quarta hora da tarde, tudo se apresentara normal e fora o último
dia que viveram juntas.
Suicidou-se. Atirou-se da varanda. Quarto piso. E eu vagueara quatro horas sem sentir
pisar o chão.

Pede ajuda. Por vezes há impulsos que a nossa própria razão desconhece.

Sofia Nobre

Psicóloga Especialista em Psicologia Clínica e da Saúde

Doutorada em Psicologia – Psicologia Clínica e Neuropsicologia

Este texto não obedece ao AO90

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