Nos mais pequenos, a alimentação pode ser um grande desafio. A criança deve tirar prazer do momento da refeição e, quando não acontece, podemos estar perante uma seletividade alimentar ou dificuldade alimentar, onde as crianças têm um leque restrito de alimentos.
Qual a diferença entre os dois? Nos casos de seletividade alimentar, a criança aceita, no mínimo, 30 alimentos, pelo menos um de cada grupo alimentar, tolerando novos alimentos. Já nos casos de dificuldade alimentar, a criança aceita no máximo 20 alimentos, excluindo grupos inteiros e mostrando maior rigidez na hora da refeição.
Estas dificuldades podem ter múltiplos fatores, sendo um deles alterações a nível da integração sensorial:
– Quando as crianças apresentam dificuldades de práxis oral, revelam dificuldade em iniciar, planear e executar os movimentos motores orais, o que pode comprometer a mastigação e potencializar o engasgamento, aumentando a recusa.
– Quando estamos perante uma hiperreatividade tátil oral, a criança reage excessiva e negativamente às diferentes texturas, mostrando-se seletiva e aceitando determinada textura, por exemplo, alimentos moles.
Vejamos alguns sinais de que poderá ter alterações sensoriais:
– Reage negativamente a diferentes texturas de alimentos;
– Coloca demasiada comida na boca;
– Não tolera ficar com a boca suja;
– Usa os dedos para mover o alimento dentro da boca;
– Prefere sabores mais intensos e temperos fortes.
Se a criança apresentar comportamentos de recusa, com base em alterações sensoriais, ficar muitas horas sem comer não se vai traduzir em comer mais ou provar novos alimentos. Este tipo de comportamentos pode ainda potenciar traumas e dificultar o objetivo, que é transformar a alimentação no momento prazeroso. Neste sentido, procure ajuda de um terapeuta ocupacional especializado na área.