A avaliação do desenvolvimento neuropsicomotor é um dos pilares da atuação do fisioterapeuta pediátrico.
Esta avaliação abrange uma anamnese detalhada do histórico de saúde do bebé, do seu desenvolvimento, marcos motores e qualquer preocupação específica dos papás.
É realizada uma avaliação física completa para examinar a postura, força muscular, equilíbrio, coordenação e a amplitude dos movimentos.
A avaliação neurológica é realizada através do Exame Neurológico Neonatal de Hammersmith (HNNE), que é aplicada em recém-nascidos e bebés dos 0 aos 4 meses. E também o Exame Neurológico Infantil de Hammersmith (HINE) que pode ser aplicada em bebés dos 4 aos 18 meses.
Neste exame neurológico são avaliados 26 itens divididos em 5 secções, nomeadamente, nervos cranianos (aparência facial, movimento ocular, resposta visual e auditiva aos estímulos, sucção e deglutição), postura, movimentos, tónus muscular e reações e reflexos. Trata-se, assim, de uma avaliação bastante completa e rigorosa.
Além destas, existem duas secções que não são pontuadas quantitativamente, mas permitem dar informação adicional acerca da existência de atraso do desenvolvimento neuropsicomotor (escala neurológica). Essa escala foi também validada para predição de paralisia cerebral.
Ainda na consulta de avaliação é realizada, pelo fisioterapeuta pediátrico, a avaliação funcional que consiste em avaliar como o bebé realiza as atividades motoras como rolar, sentar, andar, subir e descer escadas, brincar, correr, entre outras.
É realizada também uma avaliação do ambiente em que o bebé vive ou está na maior parte do tempo, para garantir que é favorável ao seu desenvolvimento, propondo os ajustes necessários, caso se observe essa necessidade.
Os pais muitas vezes perguntam: “Quando é aconselhável levar o meu bebé à consulta de Fisioterapia Pediátrica?”
– O mais cedo possível. Se tem dúvidas quanto ao desenvolvimento motor do seu bebé, peça uma avaliação do seu desenvolvimento.
Quanto mais cedo os problemas são identificados, mais rápido e eficaz é o tratamento e menos consequências negativas o seu bebé vai ter na sua infância, e quem sabe, em toda a sua vida.
A intervenção precoce é considerada mais eficaz quando a identificação é feita até ao 4ºmês de vida dos bebés e o tratamento antes dos 2 anos de idade, favorecendo um bom prognóstico.
Não perca tempo, a intervenção precoce é a melhor opção!
Camila Té Magalhães
Fisioterapeuta especializada em Fisioterapia Pediátrica