O AVC
Um acidente vascular cerebral (AVC), resulta da impossibilidade de irrigação
sanguínea ao cérebro, causando lesão celular e danos às funções neurológicas.
Clinicamente, diversas incapacidades são possíveis, inclusive alterações nas funções
motoras, sensitivas, mentais, preceptivas e da linguagem. As principais deficiências motoras
caracterizam-se por paralisia (hemiplegia), ou fraqueza muscular (hemiparesia) no lado do
corpo contra-lateral ao local da lesão cerebral. A localização e extensão exata da lesão
determinam o quadro neurológico apresentado por cada paciente.
Tipos de AVC
- AVC Isquémico
Ocorre quando uma artéria “entope” e o sangue (oxigénio e nutrientes) não
chega a determinada zona do cérebro. A causa mais frequente é o trombo. - AVC Hemorrágico
Ocorre quando há rotura de uma artéria e consequentemente uma
hemorragia intracraniana. A causa mais frequente é a hipertensão.
Fatores de Risco
Evitáveis
– Tabaco
– Hipertensão arterial
– Colesterol elevado
– Obesidade
– Falta de exercício
– Stress
– Drogas
Não evitáveis
-Sexo (masculino > risco)
-História familiar
-Diabetes
-Idade
-Fatores genéticos
Contudo, os principais fatores de risco para o surgimento do AVC são a hipertensão
e o funcionamento cardíaco deficiente.
Doenças cardíacas, como a doença valvular cardíaca reumática, endocardite,
arritmias ou cirurgia cardíaca, aumentam significativamente o risco de um AVC isquémico.
Finalmente, a presença de AIT´s (Ataque Isquémico Transitório) é um fator de risco
extremamente importante, visto que cerca de 1/3 desses indivíduos serão alvo de um AVC
dentro de 5 anos.
Papel do Fisioterapeuta no AVC
O Fisioterapeuta determina o plano de tratamento com base nas necessidades e objetivos,
nos comprometimentos e nos défices apresentados por cada paciente. No entanto podemos
resumir o seu papel em vários aspetos, são eles:
– Melhoria do padrão de marcha;
– Melhoria no desempenho das AVD’s
– Restaurar amplitudes de movimento;
– Normalização de tónus muscular;
– Melhoria do controlo postural/ equilíbrio;
– Coordenação dos membros superiores e inferiores.
Importância da reabilitação no AVC
As taxas de incidência dos Acidentes Vasculares Cerebrais mantêm-se elevadas, mas
a mortalidade diminuiu com o consequente aumento da esperança de vida, o que implica um
maior número de doentes com sequelas de AVC a necessitar de reabilitação. Nem sempre a
resposta do sistema nacional de saúde é suficiente para o número elevado de doentes com
necessidades de reabilitação, comprometendo a integração bio-psico-social destes utentes,
acarretando custos para a sociedade e para a própria família.
A Fisioterapia precoce e intensiva é importante para promover a autonomia
(prevenindo possíveis complicações decorrentes da dependência de terceiros) como também
para aumentar a qualidade de vida e as expetativas do paciente. O potencial de recuperação
das sequelas de um AVC é tanto maior quanto mais cedo for iniciada a Fisioterapia após a
lesão.
Henrique Vieira & Ana Santos
Fisioterapeutas