A Doença de Parkinson foi primeiramente descrita em 1817 por James Parkinson, num ensaio sobre a “paralisia agitante”. Nesse documento descreveu a sintomatologia de seis casos, três da sua prática, três observados nas ruas de Londres: instabilidade na postura e tremores em várias partes do corpo, principalmente em mãos e braços. Mais tarde, ainda no século XIX, o médico francês Jean-Martin Charcot, denominou a doença como a conhecemos atualmente: Doença de Parkinson.
Atualmente, sabe-se que a Doença de Parkinson surge por degeneração das células nervosas nos gânglios basais, a área do cérebro que controla o movimento, e consequente diminuição da produção de dopamina. Também existe uma diminuição das terminações nervosas e da produção de norepinefrina, o principal mensageiro do sistema nervoso simpático, que controla pressão arterial e frequência cardíaca, assim como de outras células que se associam com o desenvolvimento de demência em alguns casos.
Assim, os sintomas principais caracterizam-se por:
- Não motores: défice cognitivo, bradifrenia (lentidão de pensamento), depressão, apatia, fadiga, distúrbios psiquiátricos e comportamentais, alterações sensoriais (dor, parestesias (dormências), perda de olfato parcial ou total), hipotensão em resposta à verticalização, obstipação, disfunção urinária/sexual, suor, perda de peso, alterações do sono e alucinações.
- Motores: tremor, bradicinesia (lentificação dos movimentos), rigidez, instabilidade postural, hipomimia (diminuição das expressões faciais), alterações da fala, disfagia, alterações do padrão de marcha (diminuição da dissociação de cinturas, ritmo da marcha e passos), dificuldade em atividades funcionais do dia-a-dia.
Sendo uma patologia degenerativa, é importante manter um regime terapêutico adequado para retardar os avanços da doença compreendido entre medicação e exercício terapêutico, prescrito por fisioterapeutas. Hoje em dia, sabe-se que manter um rotina de exercício adaptado e adequado tende a manter os níveis de funcionalidade durante mais tempo e evitar hospitalizações, aumentando assim a qualidade de vida e diminuindo taxa de mortalidade.
A fisioterapia na Doença de Parkinson atua principalmente na avaliação adequada dos utentes e sintomatologia, aplicação de técnicas específicas com vista a aumentar mobilidade articular, força e massa muscular, treino de equilíbrio, treino de marcha, treino de coordenação e treino aeróbio. O fisioterapia acompanha todas as fases da doença, em todas as idades, e vai-se adaptando a cada tratamento às necessidades e expectativas do utente.
Inês Laranjeira
Fisioterapeuta especialista em Fisioterapia Neurológica