A depressão é uma perturbação que não atinge apenas os adultos, mas também as crianças, no entanto, por ser uma patologia menos conhecida nesta faixa etária, muitas vezes passa despercebida através de birras, sendo associada a outras perturbações.
Muitas crianças nesta fase ainda não têm a perceção dos seus sentimentos e da comunicação para falar sobre o que está a sentir, não conseguindo exteriorizar o que sendo, demonstrando que algo que não está bem com ela através de sintomas físicos (p. ex: dores de barriga, dores de cabeça, vómitos, etc). No entanto há vários sintomas que os pais e professores devem estar atentos, entre eles a apatia, perda de interesse nas brincadeiras ou atividades que anteriormente a entusiasmavam, o humor depressivo, tristeza e choro profundo, isolamento social na escola, perturbação do sono (insónia ou hipersónia), alteração do apetite (diminuição ou aumento exagerado), falta de atenção e concentração, entre outras.
A depressão infantil normalmente desenvolve-se após um acontecimento traumático, por exemplo: divórcio, abandono e/ou morte de uma figura de referência, doenças graves, mudança de escola, de cidade, entre outros. Há estudos que referem que esta pode-se desenvolver apenas após um acontecimento traumático ou pode ser multifatorial, daí o diagnóstico precoce desta perturbação ser essencial para o tratamento da mesma. A psicoterapia individual é fundamental para ultrapassar a depressão infantil, no entanto, esta terá de ser trabalhada em conjunto com os pais das crianças e com os professores.
Não desvalorize esta perturbação que por vezes é tão silenciosa!
Andreia Serras
Psicóloga especialista em Psicologia Educacional