Com a chegada do Inverno, a tosse, congestão nasal a dor de garganta, são sintomas que fazem parte do quotidiano. Contudo vivemos tudo menos num quotidiano. Máscaras, evicção de contactos e os “olás” cada vez de mais longe, vieram com a pandemia, tal como o medo e a incógnita de quem está infectado. Febre, dificuldade respiratória ou tosse seca, são sintomas chave do Covid-19, mas são sintomas que se podem dever a inúmeros problemas de saúde. Então, como é que podemos distinguir se são causadas pelo Covid -19, por um simples resfriado ou gripe?
Depois de meses instalado na comunidade, os segredos do Covid-19 começam a ser decifrados, e enquanto não temos a vacina para nos dar imunidade, teremos de estar atentos aos sinais e sintomas da infecção e tentar perceber as diferenças para as situações comuns nesta fase do ano. A febre é situação comum tanto na gripe como na infecção por Covid, não estando presente no resfriado comum/constipação. Ao invés os espirros e congestão nasal ou a dor de garganta são geralmente vistos na constipação/resfriado comum e não nas situações de Covid ou gripe. O cansaço pode estar presente em todas as infecções, contudo um cansaço marcado com dores em todo o corpo é mais vezes encontrado na gripe que nas infecções de Covid ou constipações. De salientar que sintomas como a perda de olfacto e/ou paladar de inicio súbito, associadas a febre ou tosse seca ou dificuldade respiratória, são sintomas que elevam a suspeição de Covid -19.
Apesar de diferenças pontuais nos diferentes casos das infecções respiratórias agudas, qualquer pessoa com inicio súbito de tosse seca, ou agravamento do padrão de tosse crónica habitual ou febre (> 38,0º) de inicio súbito, sem explicação, ou dificuldade em respirar deve entrar em contato com a linha de Saúde 24 (808 24 24 24) para esclarecimento da situação.
Em todas as infecções, a prevenção é a palavra-chave. É essencial a adequada higiene das mãos, o uso de máscara e a evicção de toque nos olhos, nariz e boca. Devemos não desvalorizar os sintomas, ficar em casa quando estivermos doentes e entrar em contacto com o sistema nacional de saúde, para avaliação do quadro clínico e adequada orientação. Só assim conseguiremos sustentar a vida na comunidade, e ajudar-nos a nós e ao próximo, evitando a propagação da doença.
Bruno da Fonseca Nunes
Medicina Geral e Familiar