A síndrome da fibromialgia (SFM) é um distúrbio crónico, mais conhecido como dor do músculo esquelético generalizado e persistente. Para além da dor crónica generalizada, outros sintomas frequentes associados são: fadiga, insónia, rigidez/dificuldade matinal, comprometimento cognitivo, depressão e ansiedade. Considera-se também que eventos negativos, ambientes estressantes ou traumas físicos/emocionais são fatores condicionantes que predispõe a fibromialgia, contudo, a origem permanece desconhecida. Há evidências de alta prevalência de comorbidades psiquiátricas associadas a fibromialgia, especialmente depressão, ansiedade, personalidade borderline, personalidade obsessivo-compulsiva e transtorno de estresse pós-traumático, e consequentemente estes últimos, estão associados a um pior quadro clínico.
Além disso, a(o)s pacientes com fibromialgia tendem a ter uma autoimagem e perceção da imagem corporal negativas, bem como baixa autoestima. A fibromialgia também pode vir a reduzir o funcionamento nas esferas física, psicológica e social e também pode ter um impacto negativo no desempenho cognitivo, nas relações pessoais (incluindo sexualidade e parentalidade), no trabalho e nas atividades da vida diária.
A(o)s pacientes percebem a doença como um distúrbio estigmatizado e invisível, e essa perceção negativa dificulta a sua capacidade de adaptação à doença. A intervenção psicológica é muito importante para que a(o) paciente faça o processo de conscientização/aceitação da doença, o que pode constituir um complemento benéfico aos tratamentos farmacológicos e fisioterapêuticos clínicos para melhorar os sintomas físicos/clínicos, reduzindo assim, o impacto da fibromialgia na qualidade de vida relacionada à saúde.
Daiana Menezes
Psicóloga da Saúde